Quem não deseja ter menos trabalho para realizar determinadas atividades? Seja evitar filas, burocracia ou qualquer outra ação que demande algumas horas em uma semana corrida. Essa é a proposta do blockchain, um sistema que pretende revolucionar os serviços que envolvem essa proposta, como bancos, empresas de pequeno, médio e grande porte, e os cartórios.
No Brasil, a implantação e estudo da validação do blockchain perpassa por alguns estudos, que envolvem a pesquisa sobre tecnologia do sistema, a fim de identificar se existe a aplicabilidade no país, levando em consideração diversos fatores, tais como a funcionalidade do sistema, o preço para desenvolvimento, tempo que será consumado na implantação, dentre outras questões. Entretanto, antes de opinar se o sistema é ou não uma boa opção para as empresas brasileiras, que tal conhecer um pouco mais sobre ele?
O que é blockchain?
Um sistema que envolve uma base de dados compartilhada. De forma geral, essa é a proposta do Blockchain, que nasceu no ano de 2009, nos setores do bitcoin. Atualmente o blockchain ganha destaque nos mais diversos setores, por realizar uma “corrente de blocos” (e daí vem o nome – em tradução literal), o sistema é desenvolvido com base na criação de um “livro” no qual serão realizados registros a respeito das operações utilizadas pela empresa, seja compra, venda, etc., que esteja dentro do mercado financeiro ou administrativo.
Além de como surgiu, o blockchain passou a ganhar destaque dentro do mercado financeiro. Os bancos foram os primeiros a buscar a funcionalidade desenvolvida com o sistema, que garantia maior segurança aos processos de transações bancárias ou mesmo das informações contidas no local. Isso porque, ao realizar a corrente de informações, a possibilidade de fraudes bancárias se torna muito menor, garantindo uma maior efetividade das atividades desenvolvidas no local.
Na maior parte das vezes, o blockchain possui como principais características os dados serem públicos, remotos e por não poderem ser violados. Assim, é possível registrar qualquer tipo de arquivo digital, o que transforma e expande as possibilidades do sistema para além dos bancos. Essa “expansão” se dá porque é realizada uma “assinatura” (ou código) com o qual é possível ter segurança sobre as informações contidas nos blocos.
Maior segurança aos serviços
O principal diferencial do blockchain está na segurança com a qual o serviço é realizado, sendo criado para fornecer isso para as transações da Bitcoin. Também denominada de criptomoeda, o a bitcoin possui uma tecnologia de ponta a ponta, que garante criptografia para as transações que são realizadas, em ambas as partes.
Neste caso em específico, as transações costumam ser armazenadas em um livro contábil, obedecendo a uma sequencia de ordem. Dessa forma, cada transação estará interligada à outra, por meio da “teia” criada entre elas, denominadas de blocos. Esses blocos, quando alinhados, não deixam com que ocorra alteração ou exclusão de determinados dados.
Contudo, dentro do ambiente digital, a principal forma que garantirá com que isso corra é por meio da criptografia. Este é um dos principais motivos de serem realizados diversos estudos e pesquisas que envolvem a possibilidade de alinhar o blockchain à criptografia, garantindo um nível ainda maior de segurança.
O que isso muda nos cartórios?
Agora que já entendemos a funcionalidade do blockchain, passamos a buscar a aplicabilidade dele dentro dos ambientes, seja ele financeiro – como é o caso dos bancos, um dos principais utilizadores desse tipo de serviço – e os cartórios. Mas, afinal, qual é a relação entre os cartórios e o blockchain?
Os cartórios são a principal instituição no que tange a garantia de veracidade e confiabilidade no que é informado, por meio dos documentos que são obtidos no local. Se você realiza qualquer tipo de serviço no cartório, seja ele registro de nascimento, emissão de compra e venda de imóvel, troca de ações, dentre outros, haverá uma confiança naquilo que está informado.
Isso é o que ocorre com o blockchain. Entretanto, o sistema possui outro ponto positivo: a garantia da informação de forma genuína. Ao ser realizado em blocos, as assinaturas que garantem a veracidade nos cartórios são substituídas pela “corrente” que é formada. Além disso, o blockchain se torna vantajoso por garantir um serviço mais barato e, consequentemente, acessível das versões tradicionais.
Ou seja: ao realizar a união das informações por meio da união de blocos, o blockchain garantirá um modo mais fácil de obter os dados que antes demandariam tempo em um cartório. Já imaginou um local em que é possível obter todos os dados a respeito de uma única atividade? A “corrente de blocos” obtida por meio do blockchain garantirá a veracidade das informações a respeito dos documentos, seja
- Emissão de certidões;
- Troca de ações;
- Transações que envolvem o processo de compra e venda de imóveis, de forma muito menos burocrática do que em um cartório.
Cuidados
Entretanto, é preciso lembrar que essa “revolução” não passa ainda de apenas uma suposição a respeito do sucesso com que poderá ser realizado. Isso porque, por ser uma das ações mais antigas no país, a atividade cartorial envolve uma segurança que – para ser modificada – levará tempo e pesquisa. Apesar de essas possibilidades considerarem uma grande diversidade de fatores, a questão se torna expansível.
Um exemplo do que vem sendo realizado por meio da implantação do blockchain são as atividades dentro do ambiente virtual. Muitas empresas que trabalham com ações digitais buscam a garantia de efetividade sobre o que é realizado (algo muito mais difícil na web). E como garantir que não haverá, por exemplo, uma cópia do texto que está no site? Nesse quesito entra o papel do blockchain, que será responsável por evitar a cópia dos textos disponíveis nos sites que contam com a implantação do sistema.
Assim, a proposta traz um novo leque de possibilidades para o desenvolvimento do ambiente cartorial, que já conta com diversas atividades – emissão de segunda via, retirada de documentos – dentro do próprio ambiente digital que norteia o mundo atual.